INFORMÁTICA E PROJETOS DE
APRENDIZAGEM
Se fizermos do projeto uma camisa-de-força para
todas as atividades escolares, estaremos engessando prática pedagógica.
(Almeida, 2001) A pedagogia de projetos traz seus benefícios, maneiras de
ensinar e aprender . Assim como a realização do currículo ao integrar
diferentes tecnologias à prática pedagógica voltada à aprendizagem
significativa do aluno. Sob essa ótica, o aluno, sujeito ativo da aprendizagem,
aprende ao fazer, levantar e testar idéias, experimentar, aplicar conhecimentos
e representar o pensamento. Cabe ao professor criar situações que provoquem os
alunos a interagir entre si, trabalhar em grupo, buscar informações, dialogar
com especialistas e produzir novos conhecimentos.Como também despertar no aluno
a curiosidade e o desejo pelo aprender. Evidencia-se assim que o trabalho com
projetos inverte a lógica do currículo definido em grades de conteúdos
temáticos estanques, induzindo o professor a colocar em jogo as problemáticas
que permeiam o cotidiano. Porém, no trabalho com projetos há de se ir além da
superação de desafios, buscando desvelar e formalizar os conceitos implícitos
no desenvolvimento do trabalho para que se estabeleça o ciclo da produção do
conhecimento científico que vai tecendo o currículo na ação. Portanto, é
fundamental que o professor compreenda as potencialidades, as implicações e as
exigências do desenvolvimento de projetos em sala de aula, nos quais os alunos
são sujeitos ativos da aprendizagem, procurando propor estratégias e reflexões
que contemplem e preservem a função essencial da escola: o desenvolvimento da
autonomia do ser humano, a produção de conhecimentos e a construção da
cidadania. A concepção educacional norteadora da incorporação das TIC na sala
de aula com projetos garante a compreensão e a reconstrução do conhecimento
para a busca de alternativas às problemáticas contextuais e a transformação da
realidade, de modo que se propicie a aprendizagem mobilizadora das dimensões
cognitiva, social e afetiva dos alunos e que não se confunde com o ensino
instrumental, que se restringe ao espaço delimitado pelas fronteiras
disciplinares, tampouco pode se considerado como agregado a uma única
disciplina ou se direcione ao estudo de tecnologias em si mesma. É necessário
focar nas concepções e práticas pedagógicas que se apóiam e integram distintas
mídias e fontes de informação, tais como livros, vídeos, revistas, jornais,
publicações na Internet, contatos via e-mail, uso de enciclopédia em CDRom,
software de referência, programas televisivos e outros. Existem, em cada uma
dessas instâncias do projeto, propostas e trabalhos interessantes; a questão é
como conceber e tratar a articulação entre as instâncias do projeto para que de
fato seja reconstruída na escola uma nova forma de ensinar, integrando as
diversas mídias e conteúdos curriculares numa perspectiva de aprendizagem
construcionista. Segundo Valente (1999), o construcionismo "significa a
construção de conhecimento baseada na realização concreta de uma ação que
produz um produto palpável (um artigo, um projeto, um objeto) de interesse
pessoal de quem produz " (p. 141). Na pedagogia de projetos, o aluno
aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações
que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de
conhecimento. Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por
meio da transmissão de informações – que tem como centro do processo a atuação
do professor – para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações
que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as mediações
necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está
aprendendo a partir das relações criadas nessas situações.Além disso, é
fundamental que o professor tenha clareza da sua intencionalidade pedagógica
para saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, garantindo que os
conceitos utilizados, intuitivamente ou não, na realização do projeto sejam
compreendidos, sistematizados e formalizados pelo aluno. Portanto, existem três
aspectos fundamentais que o professor precisa considerar para trabalhar com
projetos: as possibilidades de desenvolvimento de seus alunos; as dinâmicas
sociais do contexto em que atua e as possibilidades de sua mediação pedagógica.
A pedagogia de projetos, na perspectiva da integração entre diferentes mídias e
conteúdos, envolve a interrelação de conceitos e princípios, os quais sem a
devida compreensão podem fragilizar qualquer iniciativa de melhoria de
qualidade na aprendizagem dos alunos e de mudança da prática do professor. Essa
visão atualmente apresenta-se de forma mais ampla, uma vez que o
desenvolvimento da tecnologia avança vertiginosamente e sua presença na escola
se torna mais freqüente a cada dia. Uma preocupação é que o professor não foi
preparado para desenvolver o uso pedagógico das mídias. E para isso não basta
que ele aprenda a operacionalizar os recursos tecnológicos, a exigência em
termos de desenvolver novas formas de ensinar e de aprender é muito maior. Essa
questão, no entanto, diz respeito à formação do professor – aquela que poderá
ser desenvolvida na sua própria ação e de forma continuada, pois hoje com a
tecnologia basta ter o apoio institucional que prioriza a qualidade do trabalho
educacional.
http//portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTécnicaAula Livro:
Integração das Tecnologias na Escola,2005 SALTO PARA O FUTURO.
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